Em nota, presidente do banco pediu desculpas à população.
Secretaria do governo para igualdade racial havia pedido correção do vídeo.
Do G1, em São Paulo Ator no papel de Machado de Assis em comercial
de 150 anos exibido pela CEF. (Foto: Reprodução)
de 150 anos exibido pela CEF. (Foto: Reprodução)
A Caixa Econômica Federal informou nesta quarta-feira (21) que suspendeu a veiculação de uma campanha publicítária sobre os 150 anos da instituição. Na peça, o escritor Machado de Assis é interpretado por um ator branco.
O site da CEF não disponibiliza a peça publicitária, mas o vídeo pode ser visto no You Tube.
A campanha também mostra Machado de Assis depositando dinheiro em uma caderneta de poupança e informa que ele fez seu testamento pela Caixa.
"O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial", disse o presidente da Caixa, Jorge Hereda, em nota divulgada pelo banco.
A propaganda foi alvo de reclamações na internet e de uma queixa formal divulgada na segunda-feira (19) pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir-PR).
Na nota, a entidade dizia que "Caixa deve corrigir a produção deste vídeo, reconhecendo o equívoco e considerando o diálogo que vem mantendo com a sociedade ao longo da sua trajetória institucional".
Na nota, a entidade dizia que "Caixa deve corrigir a produção deste vídeo, reconhecendo o equívoco e considerando o diálogo que vem mantendo com a sociedade ao longo da sua trajetória institucional".
Leia a íntegra da nota da Caixa, divulgada nesta quarta-feira (21)
"A Caixa Econômica Federal informa que suspendeu a veiculação de sua última peça publicitária, a qual teve como personagem o escritor Machado de Assis. O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial.
A CAIXA reafirma que, nos seus 150 anos de existência, sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a diversidade racial que caracteriza o nosso país. Esta política pode ser reconhecida em muitas das ações de comunicação, algumas realizadas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da Secretaria de Política e Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) do Governo Federal.
A CAIXA nasceu com a missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial
Jorge Hereda
Presidente da Caixa Econômica Federal".
Leia a íntegra da nota da Seppir, divulgada na segunda-feira (19)
"A CEF tem, em muitos momentos, assegurado em seus anúncios a representação da diversidade étnico-racial e de gênero. A homenagem ao poeta Oliveira Silveira no 20 de Novembro de 2009/2010, é um exemplo significativo de reconhecimento da contribuição cultural e literária dos afrodescendentes.
No entanto, deve-se lamentar o episódio da campanha que traz Machado de Assis, um dos primeiros poupadores da Caixa, representado por um ator branco. Uma solução publicitária de todo inadequada por contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico.
O episódio acontece exatamente no momento em que estamos, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir-PR) e a CEF, construindo um termo de cooperação que envolve, entre outros, aspectos relacionados à representação de pessoas negras nas ações de comunicação.
Assim, a Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, órgão da Seppir, recebeu denúncia instruída pelo senhor Julio Ribeiro Xavier e outros, sobre a campanha da Caixa que, conforme o denunciante “embranqueceu Machado de Assis”. De acordo com o ouvidor da Seppir, Carlos Alberto Junior, imediatamente providenciou-se a autuação, que gerou um Procedimento Administrativo sob o nº 00041.001108/2011-02.
Entre as medidas adotadas até o momento, foram encaminhados pedidos de providencias para a Presidência e Ouvidoria da Caixa Econômica Federal, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) e o Ministério Público Federal.
A Seppir entende que, em respeito a sua contribuição na valorização da diversidade brasileira, a Caixa deve corrigir a produção deste vídeo, reconhecendo o equívoco e considerando o diálogo que vem mantendo com a sociedade ao longo da sua trajetória institucional.
Coordenação de Comunicação SEPPIR"
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