Ministros anunciaram as mudanças da presidenta para o texto aprovado no Congresso. Alterações serão publicadas na segunda-feira
iG São Paulo
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- Atualizada às
A presidenta Dilma Rousseff
vetou 12 pontos do Código Florestal e anunciou 32 modificações ao texto
nesta sexta-feira. Os ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente),
Mendes Ribeiro Filho (Agricultura) e Pepe Vargas (Desenvolvimento
Agrário) fizeram o anúncio das mudanças em coletiva de imprensa em
Brasília. Dilma decidiu recuperar parte do texto aprovado no Senado e
fará ajustes de conteúdo ao projeto por meio de Medida Provisória a ser
publicada nesta segunda-feira.
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Os ministros presentes reiteraram que o novo texto não promoverá anistia para os desmatadores, um dos pontos mais polêmicos do texto aprovado pela Câmara dos Deputados em abril.
"Não vai haver anistia para ninguém. Todos terão que contribuir para a
recomposição das Áreas de Proteção Permanente (APP) que foram utilizadas
ao longo dos anos e essa recomposição será levada em consideração
proporcionalmente pelo tamanho da propriedade rural de cada produtor
desse País", afirmou Vargas.
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Izabella explicou que os agricultores que desmataram poderão
suspender as multas desde que apresentem um termo de compromisso, um
plano de recuperação ambiental. Mas, para converter a multa, a área
deverá estar recuperada, o que será atestado por órgão ambiental
competente.
As recuperações de APPs
Entre as alterações está o artigo que trata da consolidação de
atividades rurais e da recuperação de áreas de preservação permanente
(APPs). O texto aprovado pelos deputados só exigia a recuperação da
vegetação das APPs nas margens de rios de até 10 metros de largura. E
não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas APPs nas
margens de rios mais largos.
Agora a recuperação será proporcional ao tamanho da propriedade rural
e vale para todos os rios. Para os de até 10 metros, por exemplo, deve
ser recuperada uma área entre 5 metros e 30 metros nas margens. Para
rios com largura de mais de 10 metros, a recuperação varia de 5 metros a
100 metros. Também voltou ao texto, a definição de que manguezais são
áreas de preservação.
Izabella Teixeira afirmou que o novo Código Florestal apresentado
pelo governo foi fundamentado na "preservação das florestas, na produção
agrícola sustentável e no atendimento à questão social, sem prejuízo ao
meio ambiente" e as diretrizes foram a recomposição do texto do Senado,
a não anistia ao desmatador, à responsabilização de todos pela
recuperação ambiental, a preservação dos pequenos proprietários e a
manutenção dos estatutos da APP e de reserva legal.
Segundo a ministra, que apresentou uma série de dados do Incra sobre a
estrutura fundiária do Brasil, os imóveis rurais com até quatro módulos
fiscais representam 90% das propriedades do País e ocupam 24% da área
agrícola. O restante está concentrado nas mãos das médias e grandes
propriedades.
Ao final de sua apresentação, a ministra do Meio Ambiente afirmou que
os vetos foram feitos de forma parcial "em respeito ao Congresso
Nacional e à democracia". "(Os vetos foram) motivados para evitar a
insegurança jurídica, por razões de inconstitucionalidade, para não
admitir nada que anistie o desmatador e para não permitir a redução da
proteção ambiental", disse.
"Nós, acredito eu, vamos coroar esse processo, esse debate de Código
Florestal dando muito mais segurança jurídica ao produtor,
possibilitando que ele tenha clareza que pode continuar produzindo
alimentos para o mundo e que é possível produzir, sim, guardando o meio
ambiente", concluiu Mendes Ribeiro.
O texto, aprovado pela Câmara no fim de abril, deixou de fora pontos
que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado.
Os vetos presidenciais podem ser derrubados pelo Congresso Nacional,
desde que tenham o apoio da maioria absoluta das duas Casas – Senado e
Câmara – em votação secreta.
Discussões
A decisão sobre o veto movimentou o Palácio do Planalto nos últimos
dias, com reuniões diárias sobre o assunto. A de quinta-feira durou mais
de sete horas e reuniu a presidenta, os ministros da Agricultura, do
Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, da Casa Civil, Gleisi
Hoffmann, e o advogado-geral da União, além de representantes da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Agência Nacional de
Águas (ANA).
O vice-presidente Michel Temer já havia adiantado que a presidenta vetaria parcialmente o novo código.
Entre os pontos polêmicos da nova lei florestal estavam, por exemplo, a
possibilidade de anistia a quem desmatou ilegalmente e a redução dos
parâmetros de proteção de áreas de preservação permanente (APPs).
Desde a aprovação do novo código na Câmara, organizações
ambientalistas e movimentos sociais lideram um movimento, chamado “Veta,
Dilma”, pedindo que a presidenta derrube os pontos considerados mais
críticos do projeto.
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