Morre a Secretaria de Cultura de Cabo Frio

A Cultura de Cabo Frio volta a ser eixo de discussão calorosa na cidade. Desta vez, como todos já sabemos, o tema é o "rebaixamento" ou "adequação" da Secretaria Municipal de Cultura à condição de Coordenadoria Municipal de Cultura. Internamente, esta modificação já fora assimilada pelos funcionários e gestores que já denominavam informalmente a nova Secretaria de Secretaria de Turismo e Cultura antes que a medida fosse votada pelo Legislativo cabofriense. (Aliás, assim está registrada inclusive em meu telefone celular, que, quando toca o número 2643-2784, acusa este nome na bina).

Quando o Prefeito anunciou a mudança, no início deste ano, hove comoção por parte da classe artística local, que, aparentemente insatisfeita e confusa em sua maioria, manifestou-se de forma desordenada em programas de tv, rádio e jornais locais. A respeitada atriz, diretora e uma das fundadoras do premiado grupo "Creche na Cochia" Silvana Lima, produziu uma carta indereçada ao Prefeito Marquinho Mendes propondo uma profunda reflexão e abertura de discussão com os artistas da cidade.

Em diálogo com o seguimento, o Prefeito Marquinho Mendes alega que o motivo da mudança "da nomenclatura" da atual Secretaria se dá devido ao projeto administrativo que prevê uma redução significativa nos custos gerais do minicípio e que a proporção do repasse orçamentario, ou seja, a verba destinada à Coordenadoria Municipal de Cultura não será afetada com a mudança. Marquinho tem promovido diversas reuniões com os grupos distintos que apóiam ou não a medida afim de encontrar a solução que esteja a contento da classe.

O projeto para a polêmica mudança na estrutura da Secretaria Municipal de Cultura foi votado pela Câmara Municipal de Vereadores, e portanto decretada esta a EXTINÇÃO DA SECRETARIA DE CULTURA. Alguns artistas represententes de nosso segmento tentaram reverter a situação antes que isso acontecesse. De qualquer forma, estaremos a espera de um futuro que promova a oxigenação da cena artística e cultural da cidade que, há anos anda a passos lentos na definição de um direcionamento comum que estabeleça um ordenamento no relacionamento entre o Poder Público e a Classe Artística Cabofriense (em massa).

Agora Cá pra nós...Há quem diga que reuniões secretas foram convocadas para discutir sobre o assunto. Os mais exaltados asseguram que a distribuição dos 'convites' fora feita de forma articulista e altamente s-e-l-e-t-i-v-a dentro do prórpio grupo político do governo... Olha, para quê eu não sei, já que o próprio prefeito esteve à disposição de todos que se propuseram a sentar-se em seu gabinete para uma "longa reunião" e mostrou-se ainda, disposto a modificar o projeto de reforma de acordo com Fórum de Cultura que está pra ser instituído no futuro...

Quer saber?...essa estória de reunião secreta deve ser mais um boato! E se rolou, eu não fui convidado.

Na abretura deste último programa nós falamos disso de forma extensa e eu expus ao final da explanação (de 15 minutos), inclusive a minha opinião sobre o tema.

Assistindo ao programa que está sendo veiculado esta semana você fica por dentro. Mas por hora, aponto as seguintes questões: mudança de status, perda de representatividade, dificuldade no pleito de verba Estadual e Federal e enfraquecimento subjetivo na busca de parceirias público-privada para realização eventual de porjeto na área da produção cultural.

E em contra-partida: manteneção da Secretaria de Cultura observando a diminuição nas despesas e orçamento da mesma em conformidade com a atual realidade financeira da administração municipal.

Mas enfim, isso é coisa do passado. É morta a Secretaria de Cultura da maior cidade da nossa região, cidade esta que é inegavelmente geradora de fatos e ações que são repercutidas vigorosamente em rigorosamente TODAS as cidades da Região dos Lagos.

Nos resta agora esperar que as reuniões do CIDADE VIVA, embaladas pelas mãos e palavras feupudas do salvador das nossas gripes suínas municipais Paulo Cotias, traga a esperança e a motivação para conscientização e organização necessárias a classe artística cabofriense para erguer gloriosamente a tão sonhada Fundação de Cultura. (ufa!)

De luto. Vinícius Canisso